Nossos países
“Passivhaus” – pode ser que nunca tenha ouvido falar deste modelo de construção de vivendas. Mas preste-lhe a maior atenção porque ele estará cada vez mais na ordem do dia, fruto da Diretiva Europeia sobre o Desempenho Energético dos Edifícios – NZEB ( Nearly Zero Energy Building), ou seja, edifícios com necessidades quase nulas de energia. O objetivo é que os Estados-Membros apliquem estas normas até 2021 e o conceito Passivhaus é uma resposta à procura cada vez mais maior por padrões de construção sustentável e energeticamente eficientes.
“A Passive House é mais do que eficiência energética”, explica Wolfgang Feist, diretor do Passivhaus Institut. O investigador, que é o responsável pelo desenvolvimento na norma, desde finais dos anos 80, sublinha que “este conceito inteligente é marcado pelo excelente custo-benefício durante o ciclo de vida de um edifício. Em conjunto com o uso de energias renováveis, apresenta-se como uma resposta para os NZEB (Nearly Zero Energy Buildings), que têm vindo a ser estabelecidos como objetivos pelos governos em todo o mundo”.
Não se trata de um estilo de construção, já que a sua aplicação é possível em qualquer tipologia de edifício e de design. Estamos, assim, perante uma forma de construir em que a chave se encontra em cinco características essenciais, como explica o Consórcio Passivhaus:
Isolamento térmico
Ausência de pontes térmicas
A hermeticidade
Portas e janelas de altas prestações.
E sistemas de ventilação com recuperadores de calor.
Segundo a norma ISO 7730, existem vários critérios para que possa ser atribuído a um edifício a classificação de Passivhaus:
Consumo máximo de aquecimento de 15 kWh/(m 2 ano) o 10 W/m2.
Consumo máximo de arrefecimento de 15 kWh/(m2 ano) (em função da localização).
Consumo de energia primária renovável (PER) <60, <45 o <30 kWh/ (m2 ano).
Hermeticidade ao ar n50<0,6 r/h.
Períodos de sobreaquecimento no verão acima de 25ºC inferiores a 10%.
A construção segundo este padrão torna possível conseguir importantes poupanças no consumo de energia, (aquecimento/refrigeração, dependendo do clima), superiores a 75% se o compararmos com um edifício de tipologia similar.
Uma vivenda unifamiliar de 100m2 situada na Guarda, na chamada Zona Climática III (Guarda, Viseu, Bragança) e construída segundo os parâmetros de eficiência energética e conforto. Os seus proprietários fizeram contas e verificaram que a necessidade de aquecimento é de 70kWh/ (m2 ano), ou seja, que gastam para aquecer a sua vivenda cerca de 990€ ao ano.
Na mesma rua, quase porta com porta, temos uma vivenda da mesma tipologia, mas construída segundo o padrão Passivhaus. Os seus donos também somaram as facturas, mas para eles o resultado foi francamente mais positivo. O seu gasto energético ao ano, fica-se por cerca 212€. O consumo da sua vivenda é de apenas 15kWh/(m2 ano).
Se compararmos as faturas de ambas as vivendas, vemos que os proprietários da casa Passivhaus poupam ao ano mais de 778€ em aquecimento, ou seja, cerca de 78,5% face ao custo do dos seus vizinhos.
As vivendas segundo o padrão Passivhaus não oferecem apenas importantes vantagens em poupança energética. Um edifício construído sob estas normas é mais saudável e confortável, reduzindo substancialmente o seu impacto ambiental e as emissões de CO2.